Uma das nossas maiores preocupações aqui na Confra é com o que servimos para todas as famílias ou grupos de amigos que se sentam a mesa em nosso salão. Isso vai muito além só do sabor ou tempero, nós realmente fazemos questão de que tudo que vá para mesa esteja muito mais do que “só” bem preparado, nos preocupamos em oferecer uma gastronomia regional, saborosa, que valorize a cultura local, com o mínimo possível de ingredientes industrializados e frescos, como que do campo a mesa.

E a algum tempo voltamos nossos olhos para um freezer de sorvetes que tínhamos bem ao centro do salão. Ele era vermelho, chamava a atenção (principalmente das crianças), estava no caminho para que todos dessem aquela olhada e, na tentação, aproveitassem o sorvete. Mas como poderíamos pregar algo como sustentabilidade, produtos menos industrializados e tudo mais com aquele elefante na sala?! Qual seria a alternativa mais saudável e saborosa para todo mundo que ama um sorvete como sobremesa? Estas duvidas começaram a nos corroer…

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O freezer vermelho..

Paralelamente a estas dúvidas, começamos a olhar mais para nosso redor, nos perguntando menos o que a região poderia fazer por nós e mais o que nós poderíamos fazer pela nossa região. Das “doces” surpresas que a vida nos reserva descobrimos em Corupá algo que poderia ser a nossa alternativa para este problema e nós poderíamos auxiliar a divulgar mais um de seus ótimos produtos: a Biomassa de Banana Verde.

Produzida apenas do cozimento da banana verde, a biomassa é uma rica fonte de fibras e amido resistente, uma espécie de carboidrato que o ácido do estomago não consegue digerir e, desta forma, chega praticamente integro ao intestino. Ele reveste as paredes do intestino e evita a absorção de açucares e gordura. Já no intestino grosso, fermentado pela flora intestinal, previne problemas como a prisão de ventre, inflamação intestinal e até mesmo câncer de cólon. Na culinária ela pode ser usada como um espessante natural para engrossar molhos ou substituir o creme de leite em estrogonofes por exemplo.

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Sachês de biomassa de banana verde considerados um superalimento e produzidos aqui em nossa região.

Um de nossos colabores já estava envolvido em um projeto de pesquisa na faculdade de gastronomia em Joinville para desenvolver novos métodos de aplicação deste super alimento e graças a nossa busca uma delas acabou sendo o sorvete! Isso ai, a solução que buscávamos estava bem aqui ao nosso lado, em Corupá. Mas achar o produto era apenas um passo da jornada, diferentemente daquele freezer vermelho no meio do salão que oferecia os sorvetes prontinhos nós agora teríamos que preparar nossos próprios gelados, só que agora com nossas próprias mãos, com todo o carinho, preocupação e sabor que nossos clientes merecem.

Animados com a descoberta e com o produto nas mãos fomos aos testes. Adivinhem se ficou bom? Ficou. Mas ainda poderia melhorar. Sabíamos fazer o produto, tínhamos os ingredientes, mas ainda tínhamos algumas barreiras “técnicas”. No preparo, o sorvete precisa ser batido e congelado algumas vezes, mas fazer este processo separadamente (bater e congelar) propicia a criação de cristais de gelo que interferem na cremosidade da textura. Fazendo este processo em batedeiras o resultado seria um sorvete mas não seria O sorvete, entende?

Voltamos aos testes. Investimentos foram necessários para a aquisição de uma sorveteira comercial que congela enquanto bate, evitando a cristalização. Voilà, era isto, tínhamos nosso sorvete de… De que? Qual sabor? Um sorvete autoral, com produtos regionais que além de saboroso faz bem à saúde precisaria ter um gosto especial. Qual seria?

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Enfim tínhamos nosso sorvete. Mas qual seria o sabor?

Este seria nosso próximo desafio, chegar a um sabor para nosso próprio sorvete, mas a continuação desta história você confere em nosso próximo post.